Expropriou, transportou, roubou,
passou, matou, usou,
estuprou, desmoralizou, espancou,
organizou, assaltou, apertou,
ameaçou, influenciou... São mil, mil e um.
Só posso dizer:
Punir é preciso, educar não é preciso!
Justiça é preciso, igualdade também.

Presidiários não terão acesso a provas e gabaritos do Enem, diz Inep

Publicado em 29/11/2011, Às 17:59
http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/blogdofera/2011/11/29/presidiarios-nao-terao-acesso-a-provas-e-gabaritos-do-enem-diz-inep/


Ontem e hoje, 13.962 pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa realizaram, em todo o Brasil, as provas do Enem. As avaliações aconteceram em 527 instituições. Em Pernambuco, participaram 81 presos de três unidades prisionais e nove jovens da Funase.
O Blog do Fera perguntou ao Inep, órgão do Ministério da Educação responsável pela aplicação das provas, quando os testes seriam disponibilizados para o público.
O órgão informou que “não serão divulgados gabaritos e provas do Enem Privados de Liberdade”, sem justificar o motivo de não mostrar os testes e as respostas oficiais.
No Enem realizado em outubro para cerca de 3,9 milhões de estudantes no Brasil, provas e gabaritos saíram dois dias depois da aplicação do exame.

Depoimento:


"(...)Sobre isso, não posso deixar de manifestar meu desagrado em relação ao descaso do MEC em não ceder tal prestação de serviço. Acredito que não há distinção entre nós (presos) e os do outro lado (estudantes que prestaram o exame), pois, nesse caso, generalizando, podemos dizer que somos todos (sem exceção) estudantes. E porque tal restrição? Descaso, preconceito, discriminação ou negligência? Seja qual for o motivo, o certo é: Palhaçada! Que vergonha!

Intencionalmente ou não eles não tem noção do quanto essa atitude nos faz mal. Confesso que senti-me como um "nada", se é que existe o nada, sei lá, só sei que tive a sensação péssima de ser disciminado pou um órgão que julga-se tão elevado, no sentido de, fiscalizar e difundir a educação.(...)"


(Estudante, privado de liberdade, que participou do exame).

Amor

Em tempos tão dificeis para se falar em companheirismo, amizade, querer bem... não podemos desperdiçar qualquer iniciativa, de tornar a arte uma forma de expressão de valores, que nos impulsionam a querer um mundo diferente...

Amigos são estrelas brilhantes
Astros de esplendor constante
Flores gloriosas a embelezar o jardim da "amizade".
Amigos não são artistas ensaiados,
Não expressam sentimentos inexistentes
Até porque, ninguém pode dar a alguém
Algo que não possui.
Amigos não integram o elenco da falsidade
No cenário da vida.
Amigos priorizam a sinceridade.

(Maykon Alexandre de Oliveira)

Esse texto foi escrito por um amigo de um amigo em novembro de 2011.

Amanhã poderia escolher

Amanhã poderei escolher...
Se vivo ou morro.
Se vou ou fico.
Se aceito ou rebelo.
Se calo ou grito.
Se sou ou estou.
Se olho ou cego.
Se abro ou fecho.
Se esquento ou esfrio.
Se visto ou desnudo.
Se dou ou nego.
Se entro ou saio.
Se movo ou paro.
Se pego ou largo.
Se luto ou desisto!
Se solto a mão ou aperto o gatilho.

Possibilidades

Eu posso dormir na cama, ouvir música, chegar em casa, me esconder das pessoas, beber, ir ao teatro, me apaixonar, sair, chorar sozinha, brigar com a minha mãe, me desculpar logo em seguida, cantar no chuveiro, ler no onibus, comer fora, me amar sozinha, ir na biblioteca, pagar a conta, escrever poesia, odiar certas coisas, me indgnar com outras, olhar com cara de desprezo, ir dançar, pegar carona, cultivar um jardim, cozinhar arroz, ser hostil, ignorar as ordens, pular o muro, ficar no escuro, cavar um tunel, decidir sobre o meu dia, acordar tarde, ser amável, não fazer nada, escolher as cores, sentir os gostos, respirar profundo, ir bem fundo, rir pro mundo. Posso até, estar viva, se eu quiser... Apenas para eu não me esquecer que ainda posso decidir.

Há superação para o machismo?

Sim! Nós podemos alterar qualquer coisa que avilta a dignidade! Outro dia no debate a coisa mais importante não foram as falas ou argumentações, mas a disposição das mulheres falarem e dos homens presentes ouvirem!

Assumir que há um mal estar quanto ao que algumas mulheres sentem, vivenciam e combatem é fundamental. Em relação aos homens e mulheres que não se inquietam com nada disso, devemos continuar a colocar nossas ideias pra que não recuar no entendimento que a sociedade é feita por ambos e ninguém deve estar menor em respeito e direitos.


Somos todos responsáveis por nossa reeducação contra as tiranias, sejam elas quais forem.

Os espaços de debate e de diálogo devem ser sempre criados para que sejamos capazes de ouvir e buscar elementos para analisar em que nosso comportamento é oposto ao que acreditamos o ser humano merecer.

Muitos de nós, homens e mulheres, reforçamos nossas tiranias contra o outrem. Todos e todas devemos entender que há tiranias de mutua parte, que se manifestam de modo diferente e nas duas pontas devem ser analisadas e combatidas.

Há uma economia de afetuosidades ou falsas expectativas que de algum modo exigem dos homens serem provedores e as mulheres as acolhedoras! Nos dois casos os limiares de tirania caminham juntos criando imagens inúteis para nosso convívio!

Se não fosse a posição de algumas mulheres e de alguns homens para nos avisar de nossa brutalidade não haveria lugar para nenhuma das mulheres nessa sociedade que não fosse servir aos homens.

Não ser macho é não reforçar a ideia de que mulher é caça e produto servil de nossos desejos!

Não ser macho é evitar ser gentil por interesse! Devemos sempre e para com todas as pessoas ser gentis porque assim nos ajudamos a viver melhor e menos isolados e isoladas!

Ser capaz de ouvir e ter o direito de ser avisado que estás praticando tiranias!

Muitas vezes alimentar e cultivar a suposta incapacidade e fragilidade física das mulheres não é ser cavalheiro, mas reforçar uma mentira e produzir um tipo de tirania travestida de gentileza!

As atrações mútuas amorosas podem nos cegar e evidenciar coisas animalescas, mas elas não podem suprimir por muito tempo o amor próprio e a condição de auto determinação!

As mulheres e homens devemos assumir todas as funções de lazer, trabalho e convívio que não nos faça distantes em nenhum nível da condição humana! Todos e todas temos papeis fundamentais para nosso conforto e desenvolvimento de nossas vidas! Não a função masculina ou feminina e se persistem, devemos dissipá-las com comportamentos opostos!

Nossos filhos e filhas e demais pessoas devem apenas saber que há funções para nossa vida e que delas nos ocupamos para melhor viver! Impelir uma função a alguém é reforçar tiranias!

(Texto escrito por um grande camarada, sempre disposto!)

Antonio Sobreira

Eu vou te engolir...

Eu vou te engolir...


Não fui assim popularizado, mas assim posso ser interpretado.


Assumi uma forma, fui mumificado, endeusado, petrificado e masculinizado.


E antes que eu seja transformado, eu vou te engolir!



Emoção, tensão, angústia, excitação,


Alegria e corrosão, você vai degustar,


Mesmo que para isso tenha que te por a prova, tenha que te provar. Eu vou te digerir.



Eu aproximo para atar, enfio pra incomodar, movimento pra virar do avesso,


Agito pra enlouquecer, encho pra transbordar.


Se mesmo assim você tiver forças para gostar,


Tudo isso de uma forma lenta e dolorida vai arruinar. Eu vou te expelir.



Coleciono experiências de prisão, de amarra, de violência e antilibertação.


Insisto em meu nome: sem camisinha!


Diga sempre sim, nunca não!



Se me buscar eu vou correr de ti,


Se quiser me ouvir eu fico mudo.


Infelizmente só vai poder sentir.


Eu sou o amor e um dia também vou te engolir.


A VIZINHA ROSA

Com certeza ela é muito mais madura,


Tem mais energia e ama a vida!


Amendronta as faces de quem passa em seu caminho


É autêntica e sabe bem o que quer.


Sua maneira decidida incomoda.


Sua objetividade não é grosseira, pelo contrário, é dócil e tolerante.


Seu olhar perspicaz atrai amantes.


Eles gostam de sua companhia.


Elas sempre se encantam e se identificam.


Apesar de sua agradável presença


E de sua intensa crença na liberdade do ser,


Já não suporta a dor de dizer adeus.


Pois, se vê sozinha e fragilizada.


Suas asas de andorinha foram cortadas,


Agora, ela tem medo de voar.

“ DA LUTA EU NÃO FUJO ”: MARGARIDA MARIA ALVES.



Hoje, dia 12 de Agosto, recordamos a morte-martírio de Margarida Maria Alves. Naquele dia 12 de Agosto de 1983, às 17.30, Margarida foi chamada na porta da sua casa por uma voz vindo de fora. Recebeu na hora um tiro de escopeta no rosto; aquele rosto de mulher corajosa e que transmitia confiança a todos ficou completamente desfigurado. Tinha sido avisada várias vezes que a sua vida estava em perigo; “da luta eu não fujo” foi sempre a sua resposta. Margarida era presidente combativa de um Sindicato de Canavieiros, o de Alagoa Grande, na Várzea da Paraíba, amada e respeitada pelos trabalhadores e odiada pelos usineiros. Encaminhava várias ações na justiça em defesa dos direitos dos canavieiros e falava sempre da necessidade da Reforma Agrária. “Eles (latifundiários e usineiros) dizem que nós invadimos as terras deles, (na verdade) companheiros e companheiras eles invadiram nossos direitos” ouvimos muitas vezes esta voz firme de Margarida. No primeiro de Maio de 1983, último da sua vida, afirmava nos seu discurso, na praça de Sapé, que era “melhor morrer na luta do que morrer de fome”. Margarida Maria Alves, mártir da luta camponesa, não foi enterrada, mas “plantada” na terra da Várzea da Paraíba, semente fecunda de muitas lutas e de novas militâncias. Depois da morte dela, no Brejo paraibano nasceu o Movimento das Mulheres Camponesas, algumas delas assumiram a liderança nas mobilizações e a presidência de vários Sindicatos. À Margarida, membro da Pastoral da Terra da diocese de Guarabira, nossa homenagem.



(Testemunho de Pe. Hermínio Canova, coordenador da CPT).





"É muito importante que nos atentemos para esse dia 12/08, por um motivo muito marcante: estamos relembrando os 28 anos que Margaria foi trágica e covardemente assassinada pelos trombadinhas do capital e pela elites que destroem a capacidade criativa e de indignação dos trabalhadores comprometidos com a luta emancipatória. Na minha opinião é um dos princiapis marcos na luta política e de classe protagonizada pelos homens e mulheres dominados e controlados pelo capital."




Thomaz Junior.




Não pense que é para você...

"Querido, percebo cada vez mais as linhas se tornando enormes monstros, quando sou obrigada a usá-las. As palavras se distanciam como se caminhassemos em sentidos opostos. O pensamento ausente, distraído, perambula até encontrar o melhor caminho que chegue próximo aos seus olhos. Essa busca pela mais bela inspiração, tenho certeza de que se aproxima do fim. De fato, foi amenizada desde o dia em que ouvi nos fundos, como a trilha sonora de um filme de ação, sua voz ecoando apaixonadamente, combinada com a sua mania de levantar a sobrancelha, franzir a testa, abrir bem os olhos e gesticular calmamente.

Em outros tempos jamais ouviria isso de mim, pois, só agora, posso dizer o quanto seus traços fortes, desenhados numa composição densa, sempre me encantaram. O cinza mais bonito que eu já pude ver em alguém. Desta vez me sinto livre. Livre para te dizer tudo isso, para escrever, para correr atrás das palavras mais doces e amorosas, misturadas com o forte desejo de me confiar a você e poder libertar minha feroz excitação dominadora. Só não se esqueça de que isso tudo, pode passar tão rápido quanto o tempo que você gastou lendo essas palavras."
Deixem que eu ouça
Que eu veja
Que eu sinta

O grito
A cor
E a forma
Da minha libertação...


(Solano Trindade)

Lei Maria da Penha em Cordel


  • I
  • A Lei Maria da Penha
  • Está em pleno vigor
  • Não veio pr’a prender homem
  • Mas pr’a punir agressor
  • Pois em “mulher não se bate
  • Nem mesmo com uma flor”.

  • II
  • A violência doméstica
  • Tem sido grande vilã
  • Por ser contra a violência
  • Desta lei me tornei fã.
  • Pr’a que a mulher de hoje
  • Não seja vítima amanhã.

  • III
  • Toda mulher tem direito
  • A viver sem violência
  • É verdade, tá na lei.
  • Que tem muita eficiência
  • Pr’a punir o agressor
  • E à vítima, dar assistência.

  • IV
  • Tá no artigo primeiro
  • Que a lei visa coibir
  • A violência doméstica
  • Como também, prevenir;
  • Com medidas protetivas
  • E ao agressor, punir.

  • V
  • Já o artigo segundo
  • Desta lei especial
  • Independente de classe
  • Nível educacional
  • De raça, de etnia;
  • Opção sexual...

  • VI
  • De cultura e de idade
  • De renda e religião
  • Todas gozam dos direitos
  • Sim, todas! Sem exceção.
  • Que estão assegurados
  • Pela Constituição.

  • VII
  • E que direitos são esses?
  • Eis aqui a relação:
  • À vida, à segurança.
  • Também à alimentação
  • À cultura e à justiça
  • À Saúde e educação.

  • VIII
  • Além da cidadania
  • Também à dignidade
  • Ainda tem moradia
  • E o direito à liberdade.
  • Só tem direitos nos “As”,
  • E nos “Os”, não tem novidade?

  • IX
  • Tem direito ao esporte
  • Ao trabalho e ao lazer
  • E o acesso à política
  • Pr’o Brasil desenvolver
  • E tantos outros direitos
  • Que não dá tempo dizer.

  • X
  • A Lei Maria da Penha
  • Cobre todos esses planos?
  • Ah, já estão assegurados
  • Pelos Direitos Humanos
  • A lei é mais um recurso
  • Pr’a corrigir outros danos.

  • XI
  • Por exemplo: a mulher
  • Antes da lei existir,
  • Apanhava, e a justiça
  • Não tinha como punir
  • Ele pagava fiança
  • E voltava a agredir.

  • XII
  • Com a lei é diferente
  • É crime inafiançável.
  • Se bater, vai pr’a cadeia!
  • Agressão é intolerável.
  • O Estado protege a vítima
  • Depois pune o responsável.

  • XIII
  • Segundo o artigo sétimo
  • Os tipos de Violência
  • Doméstica e Familiar
  • Pois tem na sua abrangência
  • As cinco categorias
  • Que descrevo na seqüência.

  • XIV
  • A primeira é a Física
  • Entendendo como tal
  • Qualquer conduta ofensiva
  • De modo irracional
  • Que fira a integridade
  • E a saúde corporal...

  • XV
  • Tapas, socos, empurrões;
  • Beliscões e pontapés
  • Arranhões, puxões de orelha
  • Seja um ou sejam dez
  • Tudo é violência física
  • E causam dores cruéis.

  • XVI
  • Vamos ao segundo tipo
  • Que é a Psicológica
  • Esta merece atenção
  • Mais didática e pedagógica
  • Com a auto-estima baixa
  • Toda a vida perde a lógica.

  • XVII
  • Chantagem, humilhação;
  • Insultos; constrangimento;
  • São danos que interferem
  • No seu desenvolvimento
  • Baixando a auto-estima
  • Aumentando o sofrimento

  • XVIII
  • Violência Sexual
  • Dá-se pela coação
  • Ou uso da força física
  • Causando intimidação
  • E obrigando a mulher
  • Ao ato da relação...

  • XIX
  • Qualquer ação que impeça
  • Esta mulher de usar
  • Método contraceptivo
  • Ou para engravidar
  • Seu direito está na lei
  • Basta só reivindicar.

  • XXA
  • 4ª categoria
  • É a Patrimonial:
  • Retenção, subtração,
  • Destruição parcial
  • Ou total de seus pertences
  • Culmina em ação penal.

  • XXI
  • Instrumentos de trabalho
  • Documentos pessoais
  • Ou recursos econômicos
  • Além de outras coisas mais
  • Tudo isso configura
  • Em danos materiais.

  • XXII
  • A 5ª categoria
  • É Violência Moral
  • São os crimes contra a honra
  • Está no Código Penal
  • Injúria, difamação;
  • Calúnia, etc e tal.

  • XIII
  • Segundo o artigo quinto
  • Esses tipos de violência
  • Dão-se em diversos âmbitos
  • Porém é na residência
  • Que a violência doméstica
  • Tem sua maior incidência.

  • XXIV
  • Quem pode ser enquadrado
  • Como agente/agressor?
  • Marido ou companheiro
  • Namorado ou ex-amor
  • No caso de uma domestica
  • Pode ser o empregador.

  • XXV
  • Se por acaso o irmão
  • Agredir a sua irmã
  • O filho, agredir a mãe;
  • Seja nova ou anciã
  • É violência doméstica
  • São membros do mesmo clã.

  • XXVI
  • E se acaso for o homem
  • Que da mulher apanhar?
  • É violência doméstica?
  • Você pode me explicar?
  • Tudo pode acontecer
  • No âmbito familiar.

  • XXVII
  • Nesse caso é diferente
  • A lei é bastante clara.
  • Por ser uma questão de gênero
  • Somente a mulher ampara
  • Se a mulher for valente
  • O homem que livre a cara.

  • XXVIII
  • E procure seus direitos
  • Da forma que lhe convenha
  • Se o sujeito aprontou
  • E a mulher desceu-lhe a lenha
  • Recorra ao Código Penal
  • Não à Lei Maria da Penha.

  • XXIX
  • Agora, num caso lésbico;
  • Se no qual a companheira
  • Oferecer qualquer risco
  • À vida de sua parceira
  • A agressora é punida;
  • Pois a lei não dá bobeira.

  • XXX
  • Para que os seus direitos
  • Estejam assegurados
  • A Lei Maria da Penha
  • Também cria os Juizados
  • De Violência Doméstica
  • Para todos os Estados.

  • XXXI
  • Aí, cabe aos governantes.
  • De cada federação
  • Destinarem os recursos
  • Para implementação
  • Da Lei Maria da Penha
  • Em prol da população.

  • XXXII
  • Espero ter sido útil
  • Neste cordel que criei
  • Para informar o povo
  • Sobre a importância da Lei
  • Quem agride uma Rainha
  • Não merece ser um Rei.

  • XXXIII
  • Dizia o velho ditado
  • Que “ninguém mete a colher”.
  • Em briga de namorados
  • Ou de “marido e mulher”
  • Não metia...
  • Agora, mete!
  • Pois isso agora reflete
  • No mundo que a gente quer.

  • Do Tião Simpatia
  • Basta de violência contra as mulheres

    Nós acreditamos que não acaba a violência contra as mulheres enquanto seguir existindo um sistema baseado na miséria, na desigualdade e em condições aberrantes de existência impostas a milhões de seres humanos pelo interesse de uma minoria parasitária e sedenta por lucro. A saída a tanta violência, por isso, não é individual. Para acabar com a milenar opressão da mulher, da qual o capitalismo se valeu para exercer seu domínio, temos que nos organizar, junto a nossos companheiros homens, para acabar com o capitalismo. Lutemos por:

    -Abrigos para as mulheres vítimas de violência e para seus filhos e filhas subsidiados pelo Estado, mas sob controle das próprias vítimas de violência, das organizações e comissões de mulheres independentes do Estado, da patronal, da polícia e da Igreja.

    - Assistências médica, social, financeira e psicológica subsidiadas integralmente pelo Estado para toda mulher vítima de violência!

    - Por comissões de investigação dos casos de violência contra as mulheres , compostas por organizações de mulheres, do movimento negro, LGBTTs, de direitos humanos e de trabalhadores, independente dos patrões, da polícia, dos governos e Igrejas.

    - Licenças remuneradas no trabalho para todas as mulheres vítimas de violência que necessitarem, e não só para as funcionárias públicas, como delibera a Lei Maria da Penha. Garantia de estabilidade para todas ao retornem aos seus postos de trabalho!

    - Subsídios pagos pelo Estado de acordo com o salário mínimo do Dieese para as vítimas de violência que estejam desempregadas, e a garantia moradia e trabalho para todas!

    - Que os lucros das empresas cujos gerentes, chefes e supervisores pratiquem alguma violência contra as mulheres sejam destinados à assistência, às casas-abrigos e ao combate à violência contra a mulher!

    Precisamos nos organizar para sermos milhares e arrancar nossos direitos, convidando nossas amigas, vizinhas, colegas de estudos ou de trabalho, para nos colocar de pé para enfrentar este sofrimento. Convocando especialmente os trabalhadores conscientes de suas amarras que querem lutar por uma sociedade sem exploração, a tomar esta tarefa também em suas mãos. Porque enquanto a classe dominante consiguir nos manter dividid@s, opondo umas as outras, e destilando sua venenosa ideologia de fragmentação, mais facilmente perpetua sua dominação e nossa escravidão.



    fonte: http://www.sintusp.org.br/mulher2.php?titulo=Basta%20de%20viol%C3%AAncia%20contra%20as%20mulheres

    A Mulher e o Mundo do Trabalho

    A Reestruturação Produtiva do Capital ataca de maneira cruel a classe trabalhadora, que tem seus direitos trabalhistas, cada vez mais usurpados e as relações de trabalho precarizadas.
    É importante deixar claro que a terceirização é entendida como uma forma de precarização do trabalho, que afeta a classe trabalhadora com a perda constante dos direitos conquistados, das garantias trabalhistas e, além de tudo, fragmenta a classe trabalhadora.
    A terceirização possibilitou às empresas o aumento da lucratividade e a fragilização das ações sindicais com a desmobilização dos trabalhadores e trabalhadoras para reivindicações e/ou greves, redução do quadro direto de empregados, colocando uma nova forma de se expressar a relação capital-trabalho.
    A captura da subjetividade das trabalhadoras e trabalhadores no ambiente de trabalho, bem como o assédio moral, físico e psicológico, a flexibilização dos contratos, realização de horas-extras e criação do banco de horas, redução dos salários, são evidências concretas da precarização do mundo do trabalho.
    MULHERES TRABALHANDO...

    A feminização do trabalho, como apregoa o discurso burguês, seria uma forma de autonomia das mulheres, todavia, vemos que a inserção das mulheres no instável mercado de trabalho, está diretamente atrelada a extrema degradação e precarização das relações trabalhistas. Esse processo em conjunto, tem reflexos perversos sobre a qualidade de vida de toda a “família” trabalhadora, com a intensa desvinculação e perda de referenciais, sobretudo por parte dos filhos, à, assim chamada, “instituição família”, que perde a validade do significado (cristão e burguês) construído sobre as bases de uma sociedade patriarcal.
    Vive-se um aumento significativo do trabalho feminino, que atinge mais de 40% da força de trabalho. É retratando esse cenário que as estatísticas constatam que a força de trabalho informal é feminina e, de modo hierarquizado a divisão sexual e racial do trabalho faz com que, dentro do mercado de trabalho o homem branco ganhe mais que a mulher branca, esta ganhe mais do que o homem negro, e, este ganhe mais do que a mulher negra.

    Um outro aspecto fundamental da opressão e exploração da mulher é o trabalho doméstico. Ao contrário do que a sociedade propaga, o trabalho doméstico não é um problema da mulher: não é um problema individual, tampouco é um problema privado, que começa e termina no seio da família. O trabalho doméstico é um problema do sistema capitalista, uma vez que tem a ver com o processo de reprodução da força de trabalho. É no lar que essa reprodução se processa. Se o salário é o necessário para a sobrevivência dos trabalhadores e das trabalhadoras, ou seja, para a reprodução da força de trabalho, o trabalho doméstico deveria fazer parte desse cálculo, mas não o faz. O capitalista explora a separação entre o processo de produção de mercadorias e o processo de reprodução da força de trabalho para, dessa forma, incrementar a extração de mais-valia. A partir disso, se estrutura uma divisão do trabalho em que a mulher é responsável pelo âmbito privado – o trabalho realizado dentro de casa – e o homem pelo âmbito público – o trabalho fora de casa.
    O trabalho realizado pelas mulheres foi se tornando um trabalho invisível, e essa é uma condição fundamental para garantir a manutenção do capitalismo e conseqüentemente de um sistema baseado em valores patriarcais, ou seja, na visão dos homens sobre as instituições. É essencial que esse trabalho seja invisibilizado, para se baratear o custo do trabalho. Nesse caso, o uso da força de trabalho feminina é um dos recursos para o capitalista expandir a extração de mais-valia.

    Para tanto, o capital se utiliza para a reprodução social uma instituição específica: a família. Assim como a escola se encarrega da educação. A justiça das leis, o exército da repressão, a família se encarrega da reprodução social.
    É preciso lembrar que o trabalho doméstico não é apenas a combinação de tarefas necessárias para a reprodução diária da força de trabalho, para satisfazer as necessidades físicas e psicológicas dos trabalhadores e das trabalhadoras. No âmbito da família busca-se a reconstrução de uma relação entre produção e reprodução que faça sentido para as pessoas. Espera-se que a relação alienada que estrutura o modo capitalista de produção, encontre no seio da família a sua superação; imprimi-se a família a missão de absorver os conflitos das relações de produção dominantes.
    No entanto, o que ocorre é a reprodução dessas relações e até mesmo seu agravamento. O trabalho doméstico agrava o processo de alienação vivenciado pela mulher no mercado de trabalho e no conjunto das relações sociais. Além de embrutecê-la, porque toma-lhe o tempo ao aprimoramento intelectual e artístico, a participação política e social, a separa da produção material do conjunto da sociedade ou reserva-lhe um lugar subalterno.

    A mulher trabalhadora, em geral, realiza sua atividade de trabalho dentro e fora de casa, ela é duplamente explorada pelo capital: o trabalho doméstico, consome horas decisivas com o que possibilita (ao mesmo capital) a sua reprodução, nessa esfera do trabalho não diretamente mercantil em que se criam as condições indispensáveis para a produção da força de trabalho de seus maridos, filhos (as) e de si própria. Caso a mulher não ficasse responsável por essa empreita, possivelmente a reprodução do capital estaria bastante comprometida, se não inviabilizada. Algumas conquistas sociais que obrigam o Estado a assumir uma série de obrigações antes reservadas ao lar, levam a considerá-las salário indireto.
    A terceirização em sua maioria atinge as mulheres que além da exploração no trabalho, tem de enfrentar a dupla jornada que se constitui com o trabalho doméstico. O capitalismo tira a mulher de dentro de casa para trabalhar e se exime da responsabilidade das tarefas domésticas, deixando para as mesmas essas responsabilidade. Algumas são chefes-de-família e quase todas realizam as tarefas domésticas sem a ajuda de seus companheiros ou dos filhos, quando muito são as filhas que contribuem com as tarefas.

    O descarte em que estão submetidas, devido ao exército de reserva de mão-de-obra, também é um empecilho para estimular a mobilização das terceirizadas. A descrição do perfil dessas mulheres, é importantes para avaliar de que maneira a reestruração produtiva do capital atingiu e atinge negativamente a classe trabalhadora e principalmente as mulheres.
    O capitalismo intensificou ainda mais a opressão da mulher. Submetendo-a a condições de extrema exploração e precarização do trabalho. A opressão da mulher dimensiona e redefine as formas de exploração, tendo como alicerce o machismo e a desigualdade social.
    A opressão é condição necessária para aprofundar as relações de submissão impostas pela união indissolúvel entre o patriarcado e o capitalismo. Portanto, a luta das mulheres por emancipação deve ser também a luta pelo fim do capitalismo.
    Martha Esthela Silva
    Priscila Souza

    Nossa luta contra a violência é todo dia, não tem data marcada!

    por Rita Frau,
    profa. da rede estadual de SP

    Chegamos no dia 25 de novembro, dia internacional da luta contra a violência as mulheres.
    O dia 25 de novembro foi criado pela ONU em 1999 em homenagem as irmãs Mirabal, da República Dominica, mulheres que lutaram contra a ditadura de Leônidas Trujillo e foram mortas neste dia no ano de 1960 à serviço do imperialismo norte-americano. O surgimento desta data fez com que obrigasse a sociedade a encarar e debater uma realidade de milhares de mulheres, mas isso não significou uma luta real contra a violência as mulheres.
    Não podemos nos adaptar à lógica dos setores reformistas nos manifestando apenas nas datas do calendário estabelecido pela ONU, nos dividindo na luta pelos direitos democráticos das mulheres, homossexuais, negros e negras.
    Nossa luta é todo dia, pois, a violência contra mulheres e homossexuais é incentivada pelo capitalismo para adestrar o corpo e a sexualidade como forma de perpetuar diferenças sociais e de classe naturalizando a violência e tornando-a cotidiana, tentado disciplinar os corpos e as mentes até sua estupidez, contando com agentes preconceituosos para levar a frente sua ideologia reacionária, como por exemplo, os organizadores do “Rodeio das Gordas”. Nesse sentido não compartilhamos com grupos de mulheres e LGBTT’s que colocam a violência às mulheres e homossexuais como um problema de saída individualista a partir da consciência individual ou apenas de dar maior visibilidade à questão; e nem com quem “acredita” que apenas com reformas dentro do capitalismo é possível acabar esse tipo de violência.




    Video Clipe "Rosas" Atitude Feminina

    Dia da Consciência Negra

    Nesse 20 de novembro, nem consegui escrever ... Faltou alguma coisa!
    Esse ano meu dia da Consciência Negra foi bem diferente, foi muito triste... Infelizmente me senti impotente, inútil ...

    Me faltou a presença, a força, a energia de Vida que há tempos não vejo em  mim mesma e nem nas outras pessoas! Só vejo mortas-vivas, eu quero encontrar Zumbis...
    Percebi que estou ficando morta, e "morna" como as que me cercam. Por isso, a única coisa que me veio à cabeça nesse dia,  foi a lembrança de uma pessoa que nunca me deixou se sentir assim, e mesmo longe, quando leio suas palavras me sinto ressuscitando. Quero poder homenagear essa Mulher Preta que tanto contribuiu com minha formação, se fazendo referência pra mim e sendo tão importante na luta pelo fim do racismo e de todas as formas de opressão. Então, ai vão alguns versos sem nenhuma pretensão de surpreender, mas apenas registrar minha gratidão:







    Negro Sorriso(com covinha)


    Preta é um cor de Respeito
    Preta é uma Inspiração

    Preta é Silêncio quase nunca, é muito mais denucia.
    É luto, é solidão 
    Preta que está tão distante,
    Preta que i-Lu-minava a escuridão
    E semper mantinha Seu Coração inquieto
    Preta que nunca aceita um nao Preta que nunca se cala
    Que articula, que fala,
    E como fala,
    Fala, Fala, Fala ...
    Com Seu lindo sorriso negro (com covinha nas bochechas)
    Sempre convidando a buscar a Liberdade,Preta é a voz da verdade,
    Preta seu destino é Amor
    Preta, ai que saudade!
                                                        
    Priscila


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    Hoje Encontrei Zumbi



    Hoje encontrei Zumbi na força de uma mulher preta a carregar seu filho pela rua, na sua luta em buscar do sustento da família, no seu grito de dor ao pari a vida.
    Hoje encontrei Zumbi nos traços fortes de um homem preto, trabalhando ao sol, resistindo ao racismo policial e a morte em potencial.
    Hoje encontrei Zumbi no sorriso de um pretinho a me fitar. Nos seus passinhos cambaleantes em minha direção, nas suas mãozinhas a me tocar. Nos cachinhos da pretinha bonita com fitas, que se orgulha de ser assim tão pretinha.
    Hoje encontrei Zumbi no toque de um atabaque vibrante, na energia minada do som, vindo feito prece. No blues de um azul entristecido, na quarta feira de cinzas do fim de um carnaval.
    Hoje encontrei Zumbi, nos cabelos coloridos, nas tranças desenhadas, nos Blacks desdomados. Nos andares apressados, nos sorrisos abafados, nos falares alto, nos jogos de ombros, pés e mãos, na linguagem corporal dos irmãos e irmãs.
    Hoje encontrei Zumbi na fé dos que acreditam, na luta dos que gritam, na revolta dos não aceitam, na força dos que continuam a caminhar. Nos guerreiros e guerreiras sem faces, nos que morrem e nascem; nos que deram suas vidas em nome de uma causa maior.
    Hoje encontrei Zumbi, andando nas ruas, ao meu lado no ônibus lotado, nos porões dos presídios, nas senzalas das favelas, nos terreiros de umbanda, nas rodas de samba, nos bancos das praças, nas escolas, na maioria dos lares.
    Hoje encontrei Zumbi, ao me enxergar no espelho e perceber que ele estava em mim.
    Zumbi ainda vive. Somos todas Zumbis!

    (Luciana - 20/11/2010)




    Intimidade: entre camaradas falamos a verdade!

    Já deu pra conhecer quem sou eu? Imagine o oposto, agora sim estamos falando de mim. Sei que parece muito confuso, mas infelizmente, nem sempre a gente é tudo aquilo que externaliza.
    Sou taxada por muitos como uma pessoa insensível, fria, calculista e nada romântica (isso sempre aparece em tons de brincadeiras... rs, mas aparece). Acabei assumindo essas definições como verdades. Acho que uma parte de mim gosta de passar essa imagem...
    Não preciso de rótulos, nem dizer quem eu sou, a cada afirmação, teria que negar e mudar de idéia. Afinal, espero não estar terminada.


    Sempre tive muito medo de me magoar e isso me tornou uma pessoa desconfiada e cautelosa. Sempre associei demonstrações de sentimentos como um sinal de fraqueza, algo que poderia me tornar vulnerável. Mas já disse Antoine De Saint-Exupery de “O pequeno príncipe” Corremos o risco de chorar um pouco se nos deixamos "cativar". E como é bom deixar-se cativar!

    Mas voltando ao meu caso... Parando para pensar eu cheguei à conclusão de sou uma pessoa sensível e romântica. Amo de forma diferente (pelo menos tento) apenas isso.


    Estou aprendendo a amar de corpo e alma. Querendo amar de forma livre, sem tratar ninguém como propriedade, tentando não ter medo de perder, nem de chorar. Percebi que para amar alguém desse jeito eu tenho que me amar assim também. Então primeiro iniciei um romance comigo...

    Aprendi a lidar com as minhas imperfeições e entender que sou perfeita nessa minha maneira imperfeita de ser (assumir que sou chata sim, que sofro de velhice precoce que amo Blues, ficar em casa, poesia, momentos de solidão, conversas longas e chazinho. E que saudade dos nossos chazinhos, ein!!!...). Me cobro demais e exijo muito de mim mesma, já tenho muitos papéis e muitos fiscais, tá na hora de “errar” um pouco mais. Aprendi a gostar da minha companhia, fazer coisas sozinhas e principalmente aceitar que eu sou responsável pelo meu bem estar e protagonizo a busca pela minha felicidade.



    (Priscila e Luciana http://eumulherpreta.blogspot.com/)